Eleições 2024 e a Inteligência Artificial: o novo desafio do TSE
Por Fábio Ivo Antunes
Advogado
especialista em Direito Eleitoral e Membro da ABRADEP – Academia Brasileira de
Direito Eleitoral e Político
Início de ano eleitoral é sempre um momento em que Partidos Políticos, advogados eleitoralistas e sociedade civil se debruçam, participam e aguardam a edição das Resoluções editadas e aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral que irão vigorar em outubro.
O TSE não tem apenas função
jurisdicional, mas também administrativa – vide ser o órgão que organiza as
Eleições – e legislativa. No aspecto legislativo o TSE possui característica
distinta de outros Tribunais Superiores, pois suas Resoluções ultrapassam as
questões internas e possuem força de lei.
E a Resolução TSE 23.732/2024, que
alterou e incluiu trechos na Resolução TSE 23.610/2019 trouxe pontos relevantes
para o debate, pois visa regulamentar o uso da inteligência artificial nas
Eleições 2024.
É fato que ainda sequer temos o
devido controle com a disseminação de notícias falsas e suas consequências
eleitorais, mas o pleito de 2022, finalmente, conseguiu ilustrar à sociedade
não-fanática a necessidade de atuação jurisdicional que permita um pleito mais
próximo possível do respeito a paridade de armas e ao processo eleitoral. E,
para 2024, a regulamentação da Inteligência Artificial é o grande desafio.
Há ainda outra evolução legislativa
neste tema. As bigtechs, que
controlam as redes sociais e ganham muito – mas muito – dinheiro em época
eleitoral terão que agir preventivamente e rapidamente com a remoção imediata
de conteúdos que utilizem da IA sem o devido respeito e indicação de aquele
conteúdo é fabricado.
O objetivo é evitar que vídeos deepfakes, áudios, imagens ou qualquer
outro mecanismo irreal e criado por IA circule sem que haja a devida informação
ao eleitor(a). Logo, não há censura prévia, mas a obrigação de, quem quiser
usar a IA, avise ao eleitor(a) de que aquele conteúdo é artificialmente
fabricado.
Como toda nova tecnologia, é
impossível que a legislação preveja todos os cenários. Esperamos, sim, uma
evolução ética na Propaganda Eleitoral brasileira.
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