O que fez o Pedregulho se desenvolver tanto?
O JNP (Jornal Nosso Pedregulho) segue garimpando histórias do Pedregulho e constatou que a CFTG (Companhia Fiação e Tecidos Guaratinguetá) e a EEAR (Escola de Especialidades de Aeronáutica) foram responsáveis pelo desenvolvimento do bairro Pedregulho, que no dia 26 de julho de 2024 completará 130 anos. A CFTG foi fundada em 1912 pelos irmãos Benedito Rodrigues Alves, Antonio Rodrigues Alves e Francisco de Paula Rodrigues Alves e a EEAR foi instalada no bairro em 1950.
Nesta 3ª
Edição o JNP traz as histórias de moradores do bairro Pedregulho, os senhores: Vail
Monteiro, tecelão com 86 anos; Evilásio da Silva Lemes, vidraceiro com 77 anos
e João Zago Medina, agente de portaria com 73 anos, todos são ex-funcionários
da a fábrica de tecidos.
Houve
uma época no Pedregulho onde a maioria de seus moradores trabalhavam na fábrica
de tecidos ou, na EEAR que oferecia aos civis vagas de empregos como:
lavadeiras, taifeiros, alfaiates, barbeiros, agricultores, sapateiros,
jardineiros, mecânicos, marceneiros, pedreiros, cozinheiros, padeiros,
tratadores de porcos e vacas e, por esse motivo a fábrica de tecidos e a EEAR
teria impulsionado o desenvolvimento do bairro Pedregulho, que dia 26 de julho
deste ano completará 130 anos e, tem uma estrutura não existente em muitas
cidades do Brasil.
Segundo
o aposentado Vail Monteiro, que nasceu na casa de seus pais na rua Joaquim Maia
com auxílio de uma parteira, na sua família apenas sua mãe não trabalhou na
fábrica de tecidos. “Meu pai, eu, meus seis irmãos e minhas três irmãs
trabalhamos na fábrica de tecidos. Eu comecei a trabalhar com 13 anos, meu pai
teve que pedir uma autorização especial na Justiça, para eu poder trabalhar”,
recordou Vail Monteiro frisando que quando ocorreu o incêndio na Companhia
Fiação e Tecidos Guaratinguetá ele já não trabalhava no local.
O
aposentado Evilásio Lemes disse que todos que trabalhavam na fábrica de tecidos
ou na EEAR tinham qualidade de vida muito boa, pois recebiam bons salários,
tinham boa assistência médica e até conseguiam juntar dinheiro. “Eu acredito
que essa boa situação dos trabalhadores fez com que alguns deles tivessem
condições de montar seus próprios negócios, como: bar, uma mercearia, uma
lojinha de roupa e assim foram surgindo os comércios do bairro”, disse o
vidraceiro alertando que foi com o dinheiro ganho na fábrica de tecidos ou na
EEAR que as pessoas compraram terrenos e construíram suas casas no Pedregulho. “Meu
sogro mesmo, com o dinheiro que ganhou na fábrica de tecidos comprou um terreno
e construiu sua casa e depois no mesmo terreno foram construídas mais duas
casas, as quais foram vendidas” concluiu o vidraceiro.
João
Medina conta que nasceu e foi criado nas dependências da EEAR, local onde seu
avô José Bento Medina, seu pai Luís dos Santos Medina e ele trabalharam em
cargos destinados aos cidadãos civis. “Na escola da aeronáutica tinha as casas
dos civis e meus pais moravam lá, por isso nasci e fui criado lá dentro. Eu fiz
o primário na Escola Rogerio Lacaz que fica dentro da escola da aeronáutica”,
lembrou João Medina.
O
agente de portaria disse que quando tinha13 anos, ele limpava os quintais das
casas e a granja ambas dentro da EEAR e que mais tarde foi trabalhar na fábrica
de tecidos do Pedregulho. “Eu trabalhei menos de um ano na fábrica e acabei
voltando pra casa de meus pais na escola da aeronáutica. Depois que terminou o
meu alistamento militar, eu fiz e passei na prova da Polícia Militar, mas
fiquei só um ano e meio na PM. Nesse período eu me casei e fui morar na Rua
Tupinambás e comecei a trabalhar como servente de pedreiro e depois como
pedreiro.
Em
1983 João Medina fez e passou na prova aplicada pela EEAR à civis, para o cargo
de agente de portaria e neste local ficou trabalhando por 32 anos. “Na escola
tinha de tudo, acho que eles só compravam arroz e feijão, todo o resto dos
alimentos eram produzido dentro da escola”, concluiu João Medina.
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