Mercadão: Estado de abandono se arrasta há quase 8 anos
“O Mercado Municipal deveria se um lugar bonito,
vistoso, que desse orgulho a nós de Guará, mas é isso aí que você está vendo,
uma coisa horrível”
Jornal Nosso Pedregulho esteve no Mercado
Municipal de Guaratinguetá para conferir como está a obra da prefeitura que têm
convenio com o Governo do Estado por meio da Secretaria de Turismo de SP, obra
iniciada em 14/02/2022 com um investimento total de R$ 4.559.705,10 e previsão
de termino era em maio de 2023. A reportagem observou que o interior do
Mercadão está em situação estrutural muito precária, piso irregular, fiação
elétrica exposta, paredes trincadas e mofadas, partes de madeira deterioradas,
goteiras, calor excessivo e fezes de pássaros que podem causar uma série de
doenças às pessoas.
Consumidores ouvidos pela reportagem
disseram que a falta de apoio do Poder Público à manutenção e à conservação do
Mercado Municipal faz com que o espaço passe a triste impressão de abandono e
demonstra desrespeito ao povo de Guaratinguetá e aos turistas. “O Mercado
Municipal deveria se um lugar bonito, vistoso, que desse orgulho a nós de
Guará, mas é isso aí que você está vendo, uma coisa horrível”, reclamou Maria
Aparecida da Silva.
José Maria de Oliveira, que veio com a
família à Guaratinguetá conhecer o Museu do Frei Galvão, disse que uma cidade
turística jamais poderia ter um Mercado Municipal nas condições em que se
encontra o de Guaratinguetá. “Quando se olha o lado de fora, você até se anima,
mas quando se entra no Mercado, é uma lastima. Para onde se olha tem uma coisa
feia e, eu não me refiro as bancas de produtos, aliás os comerciantes são muito
educados, os produtos são vistosos, mas o aspecto do lugar é muito ruim”,
opinou o turista.
Os proprietários das bancas disseram que o
telhado foi trocado, mas todas as vezes que chove as goteiras causam muitos
problemas pra eles e para os consumidores, no verão o calor é insuportável mas
as fezes de pássaros são o maior problema, pois isso ocorre todos os dias, faça
chuva ou faça sol. “Instalaram uns umidificadores, mas não funciona há quase 8
anos, tem uma parte aberta na parte superior do telhado, acima da peixaria, que
serve de entrada para vários pássaros que sujam o chão e as bancas, por isso
nós temos de cobrir os produtos com lonas, pra não ficarem sujos com fezes dos
pássaros ou serem bicados”, contou um proprietário de banca, que preferiu não
revelar seu nome.
O Jornal Nosso Pedregulho obteve a
informação que três boxs foram reformados e irão a leilão, foram instaladas
pias nas bancas e que alguns proprietários de bancas que estavam no local há
mais de 40 anos foram retirados de dentro do Mercado Municipal.
O vereador Marcelo da Santa Casa (PSD) disse que às obras de reforma e revitalização do Mercado Municipal, realizadas pela atual administração foram desastrosas, desorganizadas, descomprometidas, geraram prejuízo, demora excessiva e demonstrou má administração. “Mantivemos, ao longo do nosso mandato, um diálogo construtivo com os permissionários dos espaços no Mercado Municipal, onde pudemos levantar esclarecimentos e conhecer os problemas e necessidades dos que lá trabalham. Sabendo das demandas, foram realizados requerimentos questionando a situação, inclusive com cópia a DADE e ao TCE sobre os equívocos em que o governo municipal vinha praticando no local, sobretudo pela demora nas obras”, informou o vereador, frisando que o atual governo demonstra pouco interesse em resolver os diversos problemas do Mercado Municipal. A prefeitura de Guaratinguetá não quis comentar as informações passadas pelo vereador Marcelo da Santa Casa.
O secretário de Turismo de Guaratinguetá,
Mario Augusto Rodrigues Nunes disse que de acordo com as informações passadas a
ele pela subsecretária do Planejamento Marialda Mathias Mendonça e pela chefe
de gabinete da Secretaria de Obras Juliana Naomi Hayashi, as obras no Mercado
Municipal estão em fase de abertura de nova licitação para contratação de uma
empresa que irá concluir a obra. “Da fase um já foram despendidos R$ 802.393, 48
e da fase dois foram despedidos R$ 2.081.933,07. A próxima fase é contratar a
nova empresa para concluir a obra como um todo”, explicou o secretário de
Turismo.
A respeito da reclamação da constante
entrada de pássaros no Mercadão, Mario Nunes disse que será instalada uma
veneziana industrial e que os umidificadores elétricos não voltarão a
funcionar, pois segundo ele, a Vigilância Sanitária não aprova a aspersão de
água sobre alimentos perecíveis (risco de contaminação). “A data para entrega
final da reforma irá depender da data em que o processo licitatório for
concluído”, disse Mario Nunes.
Ao ser questionado sobre a demora para a
retomada da obra no Mercado Municipal, que tinha previsão de termino em maio de
2023, Mário Nunes que precisou da aprovação e revisão da Companhia de
Desenvolvimento de Guaratinguetá, aprovação do Departamento de Apoio ao
Desenvolvimento dos Municípios Turísticos e também a aprovação e autorização da
Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo e do Governo do Estado de São
Paulo. “Foram feitos os levantamentos dos saldos devedor e restante da obra,
para bater com as planilhas: física e financeira e agora aguardamos as
aprovações e autorizações por parte do convênio com o governo do Estado.
Infelizmente é a burocracia, que na maioria das vezes não depende da nossa
iniciativa”, explicou o secretário de Turismo de Guaratinguetá.
A assessoria de imprensa da Secretaria de
Turismo do Estado de São Paulo informou que a retomada das obras no Mercado
Municipal depende apenas de a prefeitura fazer a nova licitação e que a
tratativa da prefeitura com a Secretaria de Turismo e o Dadetur é um pedido de
dilatação de prazo para conclusão da obra não Mercado Municipal e que essa
tratativa não inviabiliza o município de fazer a nova licitação para concluir a
obra.
Segundo a assessoria de imprensa da
Secretaria de Turismo de SP a reforma do Mercado Municipal de Guaratinguetá envolve
dois convênios: a Fase I totalizou investimentos estaduais de R$ 660 mil, que foram
integralmente repassados à prefeitura e a Fase II totaliza um investimento de
R$ 2,6 milhões, dos quais já foram repassados R$ 1 milhão e, os demais repasses
dependem da evolução da obra e execução dos serviços, em acordo com o pactuado
no termo de convênio e apresentação da documentação pertinente pela
municipalidade. “Conforme o termo de
convênio pactuado com o município, é de responsabilidade da prefeitura licitar,
executar, fiscalizar e concluir a obra. Vale ressaltar que o município já
realizou duas contratações para execução da obra conveniada, não logrando êxito
na conclusão do objeto”, complementou a assessoria de imprensa.
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