O Pedregulho e seu elo com a Fazenda Esperança
O Pedregulho e seu elo com a Fazenda Esperança
O bairro
Pedregulho é um local muito especial e há quem diga que ele seja abençoado por
Deus, pois desde quando surgiu é uma área em pleno desenvolvimento, tem órgãos
importantes, comércio pujante e foi onde em 1983 nasceu o projeto Fazenda
Esperança, que ao longo dos anos vem salvando as vidas de pessoas que por algum
motivo se tornaram viciadas em drogas.
O teólogo e tradutor Nelson Giovanelli
Rosendo dos Santos, que participou da criação da Fazenda Esperança junto com
Frei Hans, disse que o dia 29 de junho é considerado o nascimento deste
importante projeto de recuperação de pessoas viciadas em drogas, que funciona
por 40 anos, têm 170 unidades em 26 países, 104 unidades no Brasil e até o
momento recuperou 60 mil pessoas. “A Lucilene e a Iraci começaram um trabalho com
a realidade feminina em 1988”, disse o teólogo.
Nelson Santos conta que sempre frequentou
as missas na igreja Nossa Senhora da Gloria no bairro Pedregulho e fazia a
coleta de dízimo nas ruas Caramurus e Tupinambás, e em um dia de trabalho ele
se aproximou de um grupo de jovens que estava na esquina das ruas citadas,
vendendo e consumindo drogas. “Na verdade, tudo começou quando Antonio Eleoterio
me pediu ajuda para sair do mundo das drogas. Eu já motivado pelo espirito
colocado pelo Frei Hans na nossa paróquia, de viver o evangelho e fazer o bem,
me aproximei dos rapazes que vendiam e consumiam drogas na frente de todos”,
conta Nelson Santos.
O teólogo conhecia alguns familiares dos
rapazes viciados e, se aproximou do Eleoterio que fazia pulseiras artesanais.
“Eu fui até a casa dele e, enquanto ele me ensinava a fazer o artesanato, ele
me contou toda sua vida, seu sofrimento, o sofrimento de sua família. Pouco tempo
depois ele me apresentou para os outros rapazes, passei a conviver com eles por
dois meses. Uma semana depois o Eleoterio me contou que há uma semana não usava
maconha e que precisava de uma pessoa que o acompanhasse 24h por dia, porque
sozinho não conseguiria sair daquela situação”, contou o tradutor.
Diante daquela situação Nelson Santos convidou
Eleoterio para participar das missas na paróquia Nossa Senhora da Gloria no
Pedregulho, porque ele sabia que através da Eucaristia, da palavra, do Evangelho
e da comunidade do Sacerdócio o rapaz teria a companhia que precisava. “Isso
aconteceu e ele trouxe mais 4 rapazes daquela “boca” e, naquela época não
sabíamos que desta experiência estava nascendo a Fazenda Esperança”, recordou o
teólogo.
Por ser muito próximo a Frei Hans, pelos
encontros diários nas missas e por saberem dos problemas, à ideia de cria um
projeto se cristalizou e todos foram morar juntos em uma casa alugada no
Pedregulho e paralelo a isso, o Frei Hans ganhou uma área no bairro Santa
Edwiges, que se tornou a primeira unidade da Fazenda Esperança estruturada para
abrigar e tratar os jovens viciados, que hoje soma 120 pessoas em recuperação.
Frei
Hans conta que era padre na igreja Nossa Senhora da Gloria e os pais dos jovens
viciados pediram ajuda aos seus filhos e também para as pessoas de rua. “Eu
acolhi todos, mas o espaço ficou pequeno e, quando ficou pronta a casa no
terreno em Santa Edwiges, todos fomos para lá e, vivendo o Evangelho os jovens
em recuperação encontraram a alegria da vida”, disse Frei Hans.
A Fazenda Esperança no bairro Santa
Edwiges se tornou uma comunidade de vida, onde voluntários, homens e mulheres
consagradas, famílias e sacerdotes, constituíram uma Associação Internacional
de Fieis, que hoje tem suas ramificações espalhadas em todo Brasil e em outros
26 países. “Isso passou a ser além do meu trabalho, é minha vocação, porque sou
um leigo consagrado dentro desta Associação Internacional que é a família da
esperança, com seus estatutos aprovados em Roma pelo papa Bento XVI e pelo papa
Francisco, que hoje congrega mais de 2 mil membros, para levar à frente esse
trabalho, esse projeto das Fazendas da Esperança”, explicou o teólogo.
Lucilene Rosendo dos Santos e a Iraci da
Silva Leite começaram a trabalhar com mulheres viciadas em 1988 e também são
fundadoras do projeto Fazenda Esperança. “Agora estamos mais envolvidos na
questão da formação e da garantia do Carisma da Esperança, que é a mola
propulsora de toda essa obra, que dá sentido de vida a milhares de jovens, por
que atualmente nos temos mais de 4 mil e 500 mulheres e homens acolhidos nas fazendas, sem contar todos os
projetos sociais como: Casa de Apoio Sol Nascente para portadores de HIV em
fase terminal, as Residências Terapêuticas que acolhem homens e mulheres em
situação psiquiátrica debilitada, as Creches, o Centro de Educação Infantil que
atualmente acolhe 850 crianças, entre elas as do bairro Pedregulho”, explicou
Nelson Santos.
Qualquer jovem, adulto que queira ser
acolhido para fazer seu programa de recuperação de dependência química, basta
entrar em contato pelos telefones (12) 99738-2990 ou (12)3128-2705, que serão
atendidos por pessoas que lhes darão orientações, que começa com uma carta de
próprio punho manifestando desejo pessoal, voluntário espontâneo de querer se
recuperar, querer mudar de vida e depois dessa carta ele vai receber uma
resposta com todas as demais orientações no sentido de documentação, exames que
devem ser feitos.
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