O Pedregulho em 1894 já era Cidade Nova Pedregulho, como será em 2094?
O Pedregulho em 1894 já era Cidade Nova Pedregulho, como será em 2094?
A história do bairro Pedregulho
começou em 1894 quando o ten. cel. José Lemes Barbosa e sua esposa Maria
Joaquina do Nascimento venderam para: o cel. Virgílio Rodrigues Alves, Rafael
Dabney de Avelar Brotero, ten. cel. Raulino José da Silveira e para o major
Joaquim da Silva Maia Leitão, uma propriedade denominada Cidade Nova Pedregulho,
conforme o registro no Cartório de Registro de Imóveis de Guaratinguetá, transcrição nº
567, fls. 149 do Livro 3, lavrado a escritura dia 26/07/1894
e registrado em 11/08/1894.
O nome Pedregulho tem origem à grande quantidade de pedregulhos à
margem esquerda do rio Paraíba e o desenvolvimento do bairro é um diferencial
entre os demais bairros de Guaratinguetá. Este ano o Pedregulho completará 131
anos e em busca de histórias e memorias do bairro, nossa reportagem conversou
com João Cardoso da Silva, 80 anos, que chegou ao bairro com 2 anos e, Egrison
Mateus da Silva, 69 anos, conhecido como Tão, que nasceu no bairro pelas mãos
da parteira Dulce Macedo, que fez muitos partos no Pedregulho nos anos 50.
Antigo ponto turístico do Pedregulho
De
acordo com os entrevistados, o feriado do dia 1º de maio, Dia do Trabalhador, é
marcante em suas memórias, porque era quando as famílias do Pedregulho subiam
até onde está instalada a caixa d´água da SAEG, que naquela época era
considerado um ponto turístico pela vista maravilhosa que se tem lá do alto e
também pela bela arquitetura do prédio da caixa d`água. “No dia 1º de maio a
maioria das famílias do Pedregulho iam no morro da caixa d`água fazer
piquenique, era um ponto onde as pessoas se encontravam, passam um dia gostoso,
era muito bom”, disse Tão, lembrando que antigamente as pessoas iam na caixa
d´água da SAEG em outras datas.
O
Jornal Nosso Pedregulho apurou que no feriado de 1º de maio haviam outras
comemorações no bairro, por exemplo a Companhia de Fiação e Tecidos
Guaratinguetá fazia uma grande festa, trazia grandes times para um jogo de
futebol, fazia churrasco e realizava brincadeiras para as crianças.
Igrejinha
A Igrejinha, como era conhecida a Paróquia Nossa Senhora da Gloria, também é uma recordação de muitos moradores do Pedregulho. “Em 1945 quando minha família chegou no bairro, todas as ruas eram de barro, tinha a Igrejinha, minha casa, a casa do seu Neco Vieira, a casa do sr. João Rodrigues e o Cemitério, o bairro tinha muitas chácaras. Nos anos 50, haviam muitas minas de água no Pedregulho e que atualmente algumas casas do bairro ainda tem essas minas”, recordou João Cardoso, frisando que nessa época as pessoas de outras cidades, inclusive de Minas Gerais vinham a cavalo para o Pedregulho, deixavam seus animais amarrados ao lado da igrejinha e iam vender queijo, grão, linguiça e outros produtos.
Tão
lembrou dos grandes bailes, shows e o Carnaval que eram realizados na SABAP.
“As pessoas que moram em Guará e em outras cidades vinham nos eventos no
Pedregulho. Na SABAP vieram: Francisco Petronio, Aguinaldo Rayol, Aguinaldo
Timóteo, Jair Rodrigues e outros grandes e famosos cantores da época”, disse
Tão.
Matadouro Municipal
Onde
hoje funciona o Poupatempo era o Matadouro Municipal, inaugurado em 1910 e
atendia criadores de gado de abate de várias cidades do Fundo do Vale e também
algumas cidades de Minas Gerais. Onde hoje é o supermercado Semar funciona o
curral onde o gado aguardava para ser abatido.
Próximo
a estátua do Icaro havia uma porteira que fechava a bifurcação das estradas que
ligam o Pedregulho aos bairros das Pedrinhas e dos Pilões. “A porteira era por
que ali funcionava o Matadouro Municipal e tinha o curral onde os boiadeiros
deixavam o gado. No início os boiadeiros tocavam a boiada a cavalo, eles vinham
de Minas Gerais, de Cunha, de Lagoinha, Roseira, Lorena e de outras cidades”,
recordou Cardoso, frisando que seu pai trazia gado do Capituva e dos Pilões
para o Matadouro.
Tão
conta que as pessoas que trabalhavam no Matadouro Municipal moravam Charque,
locam onde funcionou a Fabrica de Sabão, que tinha como matéria prima ossos,
sebo e outros produtos provenientes do Matadouro. “Muitas pessoas ganhavam
carne, miúdos, suã, bofe e outros tipos de carne. No Matadouro também havia o
abate de porcos, ali próximo tinha um chiqueirão”, lembrou Tão.
Tanto
para João Cardoso quanto para Tão, o futuro do Pedregulho será muito promissor
e a cada ano que passar o bairro vai ganhar ares de cidade independente, com um
comercio cada vez mais pujante.
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