Cine Ipiranga- Uma mostra da importância do bairro Pedregulho
Cine Ipiranga- Uma mostra da importância do bairro Pedregulho
O
Pedregulho foi e continua sendo um importante bairro de Guaratinguetá em vários
aspectos e, um deles, é o fato de que em 17 de janeiro de 1959
foi inaugurado o Cine Ipiranga no
bairro, ano em que poucas cidades do Estado de São Paulo tinham salas de
cinemas. De acordo com a ANCINE (Agencia Nacional do Cinema), em 2015 apenas
125 das 645 cidades do Estado de SP tinham cinemas, imaginem quantas cidades
tinham cinema em 1959.
Durante
muitos anos o Cine Ipiranga foi uma das grandes atrações do bairro Pedregulho,
em sintonia com os lançamentos de filmes que ocorriam no Brasil, como por
exemplo o filme ‘Rio Bravo’, estrelado por John Wayne, Dean Martin e
Ricky Nelson ou o filme Bem-Hur estrelado por Charlton Heston e Jack
Hawkins que recebeu 11 Oscars. A maioria dos moradores do Pedregulho lembram do
Cine Ipiranga com muito saudosismo.
Lembranças- Segundo o comerciante Manoel Amaro da Costa Filho,
69 anos, que nasceu no Pedregulho pelas mãos da parteira Dulce Macedo, o Cine
Ipiranga foi uma atração do bairro e sempre tinha as três sessões (às 15hr, às
19hr e às 21hr) lotadas. “Mesmo muitas pessoas que moravam no Pedregulho indo
assistir filme no centro da cidade, às sessões do Cine Ipiranga eram
movimentadas, mas quando era filme do Mazzaropi, formava uma grande fila, que
dava volta no quarteirão. O filme Trinity também era uma “explosão” e, sempre
antes do filme da matinê, passava a série do Patrulheiro Rodoviário, inclusive
as vezes vinha até o Cine Ipiranga um homem fardado de policial rodoviário com
um Simca Chambord e um cachorro Pastor, que era uma atração à parte”, disse
Amaro.
Filmes
como: Tarzan, Sansão e Dalila, Zorro,
A Bela Adormecida, Jack, o Estripador, Salomão e a Rainha de Sabá, Jim das
Selvas, Hercules, Faroestes, de Guerras e outros eram exibidos no Cine Ipiranga.
“Eu me lembro que o porteiro do Cine Ipiranga era o seu Zuza, ao lado do cinema
tinha o bar do seu Rubens. Uma coisa marcante nessa época, era um homem que
aparecia de vez em quando no cinema e pagava doces, picolés e balas para todos
que estavam no cinema, pagava a entrada de vários garotos que estavam fora do
cinema e toda crianças gritava: homem bom, homem bom, homem bom”, disse Amaro,
lembrando que na entrada do Cine Ipiranga o Candinho e o Augusto vendiam pipoca.
Pulgueiro- Uma pessoa que não quis se identificar, contou que
apesar de muitas pessoas chamarem o Cine Ipiranga de pulgueiro, ele sempre viu
o local muito limpo. “Eu nunca peguei pulga no cinema, os banheiros eram muito
limpos, nunca vi o cinema sujo. O filme Inferno na Torre foi muito emocionante,
mas os filmes do Mazzaropi lotavam as três sessões”, disse a fonte anônima.
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