Por Fábio Ivo Antunes Advogado especialista em Direito Eleitoral e Membro da ABRADEP – Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político.
Novas Federações e Fusões Partidárias – O
novo xadrez político-eleitoral e a volta
da Arena
O anúncio público da Federação Partidária
envolvendo o União Brasil e o Progressistas foi o pontapé inicial de uma nova
formação política-eleitoral visando as Eleições de 2026.
Atualmente temos 03 (três) Federações
Partidárias no país: Federação Brasil da Esperança formada pelo PT, PC do B e
PV, Federação PSDB-Cidadania e Federação PSOL-Rede.
Diferente das fusões e incorporações, os
partidos políticos que integram uma Federação continuam existindo de forma
unitária, preservando assim sua identidade e autonomia. Porém, ao integrarem
uma federação, somente poderão atuar nas Casas Legislativas e para as Eleições
como se fossem um só. E a duração mínima de uma Federação é de 04 (quatro)
anos.
Ou seja, a decisão do União Brasil e do
Progressistas em formar a Federação União Progressistas implica não apenas nas
Eleições de 2026, mas também nas Eleições de 2028. Como ocorreu no pleito de
2024, em diversos municípios que, no âmbito local tinham divergências,
precisaram se unir para disputar o pleito em razão de integrarem uma Federação.
Na prática, agora, a Federação União
Progressistas possui a maior bancada da Câmara dos Deputados e traz de volta o
que era o Arena, partido de sustentação legislativa da Ditadura Militar. Ao ser
extinto, o Arena resultou no PDS, que depois foi renomeado para PPR, PP e por
fim Progressistas. Também da Arena surgiu o PFL, depois Democratas e, por conta
da fusão com o PSL, União Brasil.
Com a maior bancada e, consequentemente, maior
acesso ao Fundo Eleitoral, o União Progressistas se torna automaticamente um
dos principais players do jogo
político nacional.
Para concretizar a Federação, ambos agora
deverão apresentar no TSE o seu devido registro, com a aprovação de ambos os
partidos da decisão tomada, bem como do novo Estatuto. A aprovação jurídica
pelo TSE é o marco inicial da Federação.
E essa não será a única alteração no xadrez
eleitoral. É provável que nas próximas semanas se concretize a fusão do PSDB
com o Podemos. Esse modelo de união partidária encerraria de vez ambos os
partidos, que formariam um só. Seria o fim melancólico do partido que governou
o país por 08 anos seguidos e foi o principal opositor durante os 10 anos
seguintes após sair do governo.
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