Você já viu um morador de rua no Pedregulho?
Você já viu um morador de rua no Pedregulho?
A
maioria das pessoas que moram no Pedregulho já devem ter visto as pessoas que
moram nas ruas do bairro, mas poucas sabem qual a história por traz de cada uma
dela e o que as levou a essa condição de vida. O JNP conversou com algumas
dessas pessoas e descobriu que no geral o álcool é o motivo dessas pessoas
estarem vivendo nas ruas e segundo eles o bairro tem mais de 20 moradores de
rua.
Vida real- O servente de pedreiro Vicente Pereira Filho, que está morando nas ruas há poucos dias, disse que entrou nessa situação após a morte de sua e como ele morava com ela. “A casa era alugada, minha mãe morreu num dia e no outro meus irmãos foram lá, e levaram todos os móveis, até a minha cama. Isso me atrapalho porque não tenho onde fazer comida, onde tomar banho, onde dormir e a saída foi ir morar na rua”, disse Vicente.
Opção- O confeiteiro Valdemir Martins
contou que mora na rua há 4 anos, que tem família e, mora na rua porque quer.
“Não moro com minha família por que eles querem impor regras pra minha vida e,
eu não aceito isso, prefiro mora na rua”, disse o confeiteiro.
Um
homem que estava junto dos dois citados acima, morador de rua há um ano,
preferiu que a reportagem publicasse seu nome, mas contou que também está
morando na rua por opção. “Eu tenho família, mas eles também querem por regras,
é hora pra sair e hora pra entrar, então não dá certo ficar com a família. Na
rua eu tenho liberdade”, disse.
Os
entrevistados disseram que a praça onde eles ficam, em frente ao Poupatempo no
Pedregulho, é o local onde outros moradores de rua dormem e alguns passam o dia
ali, por terem a oportunidade de ganhar algum trocado olhando os carros. “Tem
dia que aqui tem mais de 20 moradores de rua”, disse Vicente.
O
ajudante de pedreiro Paulo Henrique Cesar, morador de rua há 5 anos contou que
após a morte sua esposa e seus filhos irem morar com os parentes da esposa em
São Paulo, ele passou a morar na rua. “Minha vida mudou quando minha mulher
morreu, mas quando os parentes dela levaram meus filhos, aí eu fiquei
desnorteado e fui pras ruas”, disse Henrique.
Álcool- Os quatro casos citado envolvem a
dependência alcoólica, o que acaba os mantendo nas ruas porque suas famílias não
permitem que eles consumam álcool em suas casas.
Apoio- Todos entrevistados citaram o
apoio dado pela Casa Dom Bosco, fundada em 1999 por João Bosco Eleutério
Palandi, que viu essa necessidade depois de participar da Pastoral de Rua em
1996 e também citaram ajuda dada pela Igreja de Nossa Senhora da Gloria. “Hoje
nós temos 46 homens com idades entre 20 e 60 anos morando na Casa Dom Bosco e
também atendemos aos pernoites, que chegam, tomam banho, se alimentam, dormem e
no outro dia voltam pras ruas. Nós ocupamos o tempo desses homens com trabalhos
na horta, ajardinamento, cuidado com os animais e as manutenções necessárias.
Uma coisa que é importante pra todos são as palestras, porque mostramos pra
eles como que eles estão se prejudicando usando álcool ou drogas, a
espiritualidade e a meditação ajudam muitos a não voltarem pra ruas”, disse
João Bosco lembrado que também é aplicada a laborterapia pela música.
Há
4 anos atuando voluntariamente na Pastoral de Rua, Arthur Barbosa Paulino de
Moura conta que em média ele atende cerca de 130 moradores de rua por semana.
“A Pastoral Deus Vivo é destinada a levar às sextas-feiras um marmitex para
cada irmão de rua, um refrigerante, agasalhos, cafés, cobertas, oração e quando
é solicitado buscamos casas de recuperação para esses irmãos. A Fazenda
Esperança nos auxilia recebendo esses irmãos, assim como outras entidades”,
disse Arthur, lembrando que o projeto surgiu em 2015 e se tornou Pastoral da
Nossa Senhora da Gloria em 2017.
Segundo
a assessoria de comunicação da prefeitura de Guaratinguetá os moradores de rua
contam com o programa Nada é Impossível, que faz abordagens diurnas
e noturnas, que oferece acolhimento voluntário, o que de forma geral é bem
recebido pelos moradores de rua.
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