Editorial- “Quem poupa o lobo sacrifica a ovelha”
“Quem poupa o lobo sacrifica a ovelha”
O canal UOL realizou um levantamento de investigação a respeito dos Tribunais de Contas (TCs) do Brasil e, constatou que mais de 30% da cúpula dos órgãos públicos são parentes de políticos. Os conselheiros dos TCs brasileiros têm as incumbências de julgar as contas públicas do Presidente da República, dos Governadores de Estados e dos Prefeitos e, ao detectar o mau uso do dinheiro público permitido e assinado pelo Presidente, Governadores e Prefeitos, os TCs aplicarão sanções como pagamento dos débitos, multas, exigindo a reparação ao erário público.
Dos
232 conselheiros dos TCs, 70 são parentes de políticos, sendo alguns nomeados
por irmãos, sobrinhos, cônjuges de governadores ou indicados por aliados
políticos. Destes 70 conselheiros 47 são condenados pela Justiça ou são alvos
de investigações por crime de improbidade administrativa, até peculato.
O
fato de haver conselheiros vinculados a políticos e considerando como funciona
a política no Brasil, tem-se a impressão ou a existência da possibilidade de os
conselheiros livrarem seus parentes, ou atenderem aos pedidos de quem os nomeou
para livra os políticos. Hoje um conselheiro tem um salário de 41 mil e 800
reais, aposentadoria compulsória aos 75 anos e é um cargo muito cobiçado.
Diante
da possiblidade de os conselheiros favorecerem os políticos que cometem
irregularidades, essas nomeações foram contestadas na Justiça, pelo nepotismo
ser proibido no serviço público, mas as decisões acabaram sendo favoráveis à
permanência dos conselheiros nos Tribunais de Contas, seguindo a jurisprudência
do STF que permitiu parentes em funções políticas, como ministros ou
secretários.
Em
entrevista ao portal JuriNews, a diretora executiva do Transparência Brasil
Julia Sakai disse que a atual composição dos Tribunais de Contas, que são
responsáveis por fiscalizar as contas públicas, provoca conflito de interesses
com parentes julgando as contas dos próprios familiares e aliados políticos.
Para ela os Tribunais se tornam ineficientes e desacreditados por estarem
completamente aparelhados.
Como
disse o poeta, escritor e dramaturgo Victor Hugo “Quem poupa o lobo, sacrifica
a ovelha”, no mais Olho Vivo e Faro Fino.
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