Por Fábio Ivo Antunes Advogado especialista em Direito Eleitoral e Membro da ABRADEP – Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político e integrante da Comissão de Direito Eleitoral da OAB/SP.
Por Fábio Ivo Antunes
Advogado especialista em Direito Eleitoral e Membro da ABRADEP – Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político e integrante da Comissão de Direito Eleitoral da OAB/SP.
Candidatura de Flávio Bolsonaro | Um Balão de Ensaio Assumido e o Calendário Eleitoral
Nos últimos dias, o lançamento da candidatura de Flávio Bolsonaro aqueceu o
debate sobre as Eleições presidenciais de 2026.
Assim que lançada e confirmada pelo Senador, começaram as análises das
consequências do ato determinado pelo ex-Presidente Bolsonaro, atualmente preso
por uma condenação penal transitada em julgado.
É ponto pacífico que o candidato Flávio Bolsonaro não seria, atualmente,
adversário capaz de derrotar a tentativa de reeleição de Lula. Pior:
atrapalharia outra candidatura do campo político da Direita.
Ali já era possível compreender que a intenção da movimentação política é
outra. Não há qualquer hipótese de se discutir o país, opções de melhoria,
críticas ao que vem sendo feito e proposições de mudança - algo esperado de
alguém que figura como um dos principais nomes da oposição.
A entrevista em que afirma que sua candidatura “tem preço” escancara que o
“Brasil acima de tudo” virou “Nós acima de tudo”. Por “nós”, leia-se família
Bolsonaro.
Anistia agora, comprometimento de indulto posterior etc. devem ser as moedas
que Flávio colocará na mesa de discussão.
Relevante: enquanto Senador pelo Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro não precisa
se afastar do cargo para concorrer à Presidência, ao contrário de Tarcísio de
Freitas, Romeu Zema, Ronaldo Caiado e Eduardo Leite, todos governadores, que
precisarão renunciar formalmente até 3 de abril de 2026 se quiserem concorrer
ao Planalto.
Portanto, Flávio pode esticar a corda até essa data. Ele não tem data limite, mas os governadores têm.
Até lá, a bolsa de apostas está na mesa. Como se comportarão aqueles que, talvez insatisfeitos por terem de “pagar a conta” dessa notória e pública venda de candidatura? A Família Bolsonaro deu all-in. Praticamente disse aos pré-candidatos: vocês precisam da gente. Se quiserem, “temos um preço”. Se não quiserem, nada mudará dentro da família.

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